sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

04. MONOTEÍSMO: o caminho para o único Deus.



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MONOTEÍSMO: a revelação do único Deus.

                                      “Deus único, afora de Tu nenhum outro existe”.  
                                                     (Extraído do Grande  Hino a Aton)
.)                                                                 
4.1   OS “DEUSES” PRIMITIVOS





As primeiras religiões surgidas na pré-história eram animistas e politeístas. Os “deuses” assumiam características protetoras e destruidoras. Eles eram representados por agentes da natureza. A humanidade primitiva convivia com muitas mudanças naturais e dentro  de  um  mundo extremamente agressivo. As doenças, a morte, a violência sem  punição,  fizeram o homem criar no seu psíquico os “deuses protetores” que foram levados para dentro de tribos e sistemas de governos teocráticos. Assim surgiu o politeísmo com seus deuses guardiões com características zoomórficas e antropomórficas.
Decorridos milhares de anos, o homem se desenvolveu e procurou entender o criador da humanidade e do mundo. As antigas civilizações adotaram um sistema religioso com panteões de deuses, sendo um  para  cada  necessidade pessoal ou grupal. Esses “deuses” eram caracterizados como defensores, justiceiros, vingativos e guerreiros.
Arquivos esotéricos descrevem que  os  “deuses” eram  quase sempre espíritos sábios para o mal e idolatrados por  povos guerreiros e foram muito  comuns na antiguidade. Esses “deuses” se diziam poderosos, mas escondiam a sua inferior evolução espiritual e moral. Eram imperfeitos  e mostravam uma grande ira por viverem espiritualmente no desconforto do Duat (astral, em egípcio). Apresentavam a sede de poder e apego aos vícios materiais e faziam seus atos através de trocas materiais realizadas em rituais macabros. Eles se tornavam “divindades” e líderes de grandes legiões de espíritos por eles subjugados no Duat. Esses seres espirituais sabiam  trabalhar  com  energias destruidoras, produzidas pelo magnetismo proveniente de atos de feitiçarias, extraído do  magnetismo pessoal de seus seguidores e da energia vital retirada do  sangue quente de  animais e humanos sacrificados,  da  seiva  das  plantas venenosas e do fluido magnético  obtidos através de rituais esdrúxulos. Os materiais ritualísticos eram extraídos por sacerdotes que reverenciavam  esses  “deuses” como protetores de um povo. Esses falsos “deuses” viviam em áreas tenebrosas, comandavam espíritos comparsas que também usufruíam da proteção e consumo da energia vampirizada por esses “deuses”. Esses grupos estavam sempre  dispostos a executarem as  ordens  desses espíritos líderes do Kekwi (áreas escuras  do  Duat). Na maioria  das  vezes, eles eram exilados  de  outros mundos e realizavam através  de seus  conhecimentos  vários acontecimentos extraordinários para  aquela  época. Eles usavam o seu próprio magnetismo e do seu grupo sobre aqueles que vibravam na mesma frequência pessoal magnética, principalmente daqueles que lhes suplicavam favores em troca de ofertas, promessas pagas com sacrifícios, bebidas fermentadas e sangue. Esses “deuses” podiam se unir formando  trindades (tríades de famílias espirituais) ou ficarem soberanos  em reinos,  como espíritos sábios para o mal com suas legiões. Eles se  apresentavam como  poderosos para julgar os mortos em tribunais particulares e criavam  cárceres em áreas com características infernais. Esses “deuses”  afirmavam terem criado o  mal, para dominar através  do medo. Eles   confirmavam que tinham o poder  para  tudo realizar, contudo falhavam em  suas promessas. Essas “divindades” não eram perfeitas, pois apresentavam características humanas e se  arrependiam  de  seus  atos. Eles se diziam poderosos para ganharem batalhas para seus fiéis, enfraquecendo pelo feitiço (desmagnetização vital) os exércitos inimigos. Essas falsas divindades armavam emboscadas contra seus adversários em troca de sacrifícios feitos através das sangrias e solicitavam o esquartejamento de animais para queimar e fazer um incenso especial (fumaça da gordura) para esses “deuses” sentirem o odor carnal. Pelo fato de não estarem encarnados, desejavam sentir e provar da essência fluídica sanguínea dessas oferendas entregues nos altares com a prática de holocaustos se utilizando prazerosamente da gordura e do sangue aspergidos nos rituais. Raramente eles solicitavam sacrifícios humanos em seus altares, todavia esses “deuses” ordenavam a matança de crianças, velhos cansados de povos oponentes de seus protegidos e também dos animais desses povos para trazer fome, miséria e morte. Essas falsas divindades enviavam seus espíritos malignos de suas legiões para atormentar pessoas que estavam contra seus comparsas. Inspiravam leis que  incentivavam a vingança, a ira, a guerra  e  a  escravidão humana. Eles se apresentavam com vários nomes (identidades) para enganar e subtrair a fé dos homens justos. Foi nessas condições que o Mestre Akhenaton encontrou o mundo do seu tempo e combateu esses falsos deuses.

4.2    A PRIMEIRA DOUTRINA MONOTEÍSTA 








O mundo antigo estava estagnado pelo politeísmo sacerdotal que era “fantasioso” e começava a ensejar um processo de amadurecimento moral, espiritual e intelectual. A humanidade antiga já carecia de uma nova revelação religiosa, filosófica e científica. Necessariamente  o único Deus enviou o  Mestre Akhenaton como um faraó missionário, educador  e  ambientalista. A história de Akhenaton é revelada através de registros escritos dentro de uma doutrina religiosa centrada no amor fraterno e embasada no monoteísmo estrito que se chama atonismo ou religião da luz. Essa milenar religião traz uma revelação mais aprofundada dos mistérios divinos, mostrando o Deus verdadeiro que não exige rituais com sangue de animais e ensina a destruir o ódio com o amor, vencer a mentira com a verdade, afastar o medo através da confiança em Deus, clarear a escuridão através da luz divina, ensinando que devastando a natureza o homem recebe de volta as consequências dessa destruição.




O atonismo ensina o caminho mais curto para se retornar ao mundo de Deus (Pt, paraíso em egípcio). Ele é conhecido no meio esotérico como o “iluminismo egípcio”. Essa revolução religiosa trouxe a verdade sem dualismos. Os papiros atonistas foram direcionados para os antigos egípcios conhecerem o único Deus pela prática do bem e da razão, ensinando-lhes que todo o mal semeado será colhido dentro de uma colheita inevitável. Para isso foi necessário apagar as ideias politeístas e trazer o conceito monoteísta com justiça misericordiosa, amor fraterno e paz universal. Akhenaton através da doutrina atonista proibiu os cultos politeístas e retirou as inúmeras imagens dos chamados deuses irados, ciumentos e vingativos que através de seus sacerdotes incitavam discórdias e as guerras entre os povos.

     Akhenaton através de seus sermões doutrinários que inicialmente foram esotéricos (fechados no Grande Templo de Aton) e depois abertos à população da cidade de Akhetaton, iniciou a sua missão religiosa atonista na Terra. Ele herdou de seu pai (Amenhotep III) o antigo Egito muito rico e uma fortuna pessoal invejável, contudo a riqueza no Egito estava concentrada nas mãos de poucas pessoas influentes, inclusive do seu pai e dos sacerdotes de Amon. Também havia muitos desfavorecidos devido à política que ocorria dentro dos templos de Amon, onde os sacerdotes coagiam  seus fiéis a prestarem ofertas sacrificantes em seus cultos.  Além disso, os amonistas mantinham sob domínio as produtivas minas de ouro na Núbia e não repassavam os seus devidos impostos ao tesouro egípcio.
O projeto religioso de Akhenaton teve custos elevados com a construção da “cidade celestial” de Akhetaton e na manutenção da doutrina de caridade e solidariedade atonista que posicionou o povo egípcio em condições econômicas mais igualitárias. O atonismo defende que a riqueza deve ser bem empregada para gerar oportunidades de trabalho para todos, suprindo todas as necessidades básicas humanas. A doutrina atonista não induz  ao  acúmulo  de  riquezas  materiais para a ostentação, mas ensina ao  acúmulo de valores espirituais e o desapego material que são necessários ao processo  de  iluminação  espiritual.


4.3     A CIDADE ESCOLA  DE  AKHETATON






   

Akhenaton construiu uma “cidade escola” para ensinar diariamente a prática benéfica da doutrina atonista aos seus habitantes e visitantes estrangeiros. Essa cidade chamou-se Akhetaton, uma “cidade celestial”, um modelo de civilização pacífica, um paraíso ecológico no lado oriental do rio Nilo. Essa cidade foi cuidadosamente planejada pelo Mestre Akhenaton para atender fidedignamente o seu projeto espiritual. Nessa cidade não havia escravos, fome, nem idosos e órfãos desamparados. Akhetaton era uma cidade muito alegre pelo fato do único Deus ser celebrado com cultos religiosos festivos e pelas belas músicas harpeadas no Grande Templo de Aton. Akhenaton expressou inicialmente a representação exotérica (conhecimento público) do disco solar ao povo egípcio, por ser uma partícula geradora da vida do único Deus e a mais próxima do khat divino (corpo físico de Deus) e pelo fato de sua luz (energia) ser vista e sentida por todos os humanos  em todos os lugares do mundo, constituindo um poderoso foco de luz universal por onde o único Deus age intensamente. 
Dentro do seu projeto missionário, Akhenaton levou uma população de aproximadamente vinte mil pessoas com diversos credos politeístas para uma cidade construída em solo virgem, no centro do antigo Egito para serem reeducadas espiritualmente. Dentro dessa cidade  escola, Akhenaton construiu o Grande Templo  de  Aton, onde revelou os profundos conhecimentos espiritualistas que   estavam  séculos a  frente do seu tempo. 




4.4     O MONOTEÍSMO ATONISTA





O atonismo revelou o monoteísmo, apresentando a humanidade o único Deus que é o Ser benéfico de suprema inteligência, constituído de energia espiritual esparsa no infinito. Ele ensina o caminho para retornar ao mundo de Deus com brevidade, através da prática do amor fraterno e da caridade desinteressada, orientados pelos três mandamentos divinos revelados no sagrado Papiro Neter:

Eis  os três preceitos   para  a  vossa   iluminação: 
* Amareis a mim, o único Deus com verdade;      
* Amareis a ti com renúncia; 
* Amareis aos vivos sem apego. ( Nt 3:17)

Os frutos da obra de  Akhenaton floresceram dentro do atonismo, conhecido  também  como  a “religião da luz” (visão espiritual) e “religião verde” (visão ecológica).  Akhenaton estudou no   templo  de Heliópolis, onde  se  cultuava o sol como o verdadeiro deus e o chamavam  de  Rá, entretanto a teologia heliopolitana foi contestada por Akhenaton por ser uma doutrina politeísta. Akhenaton  trouxe  em  sua  bagagem esotérica os  conhecimentos monoteístas onde  aton (itn, em egípcio)  é uma parte física do único Deus, ele apresentou Deus ao povo egípcio pelos raios de luz que saiam do disco  solar, isso era o máximo que aquelas mentes pueris podiam entender naquela época. Aton é uma importante  partícula  divina. Aton através da vontade de Deus,  gera,  desenvolve e mantém a  vida  na Terra. Aton  jamais deve ser confundido com Ntr (Neter, o único Deus em egípcio).
O atonismo ensina o homem o amor fraternal, a solidariedade incondicional, a educação ambiental e a justiça misericordiosa. Ele ensina a buscar o único Deus através de sua essência espiritual que é de puro amor. As orações sinceras, as meditações harmonizantes e as práticas beneficentes desinteressadas direcionam os atonistas rumo à iluminação espiritual.
Akhenaton, diferente de todos os faraós, nunca se considerou um deus. Pelo fato de encontrar-se na condição de missionário divino, ele trabalhava  como um sacerdote intercessor entre o único Deus e a humanidade que não  estava  preparada para entender o Deus verdadeiro como  um  ser  espiritual, pois  só  Akhenaton e o único Deus  conheciam profundamente a doutrina atonista. Ele exemplificou e ensinou o conhecimento para  o caminho da iluminação espiritual, apresentando-se  como mais um  sa (filho, em  egípcio) de  Deus e irmão de todos os seres humanos. Na cidade de Akhetaton, os seus cidadãos se tratavam como  senw (irmãos, em egípcio). Os atonistas tinham a orientação de fazer pelo menos uma boa ação diária e isso os  tornavam contentes e naturalmente contagiava de amor fraterno  toda a  cidade celestial.
O Grande Templo de Aton tinha 365 altares de oferendas, eles já significavam os dias do ano. Nesses altares o próprio Akhenaton realizava sua boa ação diária que geralmente atingia a toda a população.
Akhenaton teve apenas uma única encarnação na Terra no período de (1377 a.C a 1336 a.C). O Mestre Akhenaton apresentara ideias avançadas, mas  que  podiam ser aplicadas aos  que buscavam praticar o amor ensinado pelo único  Deus. O seu objetivo era o presente, contudo desejava também plantar uma semente que germinaria séculos depois quando toda a humanidade estivesse pronta para entendê-lo.   
Akhenaton trouxe a arte naturalista onde os animais e as plantas no campo, juntamente com os pássaros livres pintados e talhados na rocha mostravam uma arte que se enquadrava dentro dos padrões de liberdade, beleza e inovação jamais vista no antigo Egito. Akhenaton era um extremo protetor dos animais. Nos templos atonistas não havia sacrifícios de animais, eles eram levados ao Grande Templo de Aton para serem abençoados e curados. Os habitantes de Akhetaton  esperavam a passagem diária de Akhenaton e Nefertiti em sua carruagem real e apresentavam  bois, carneiros e outros animais  para serem benzidos, sarados, fortificados e jamais sacrificados. Alguns estudiosos do Antigo Egito equivocadamente entenderam que  Akhenaton manteve os rituais sanguinários das antigas religiões que  ele mesmo os extinguiu ao  seu  tempo. Uma pintura naturalista em pedra mostra Akhenaton muito triste curando um pato que foi atacado por um crocodilo no rio Nilo, ele usou os raios de aton para sarar o ferimento da ave.
Akhenaton era filho do faraó Amenhotep III com a rainha Tiy. Ele nasceu na cidade de Tebas, no palácio de Malkata, as margens do Rio Nilo, conforme arquivos esotéricos atonistas em 01.01.1377 a.C, aos primeiros raios do amanhecer. O  seu mestre (educador) foi  Imenhotep, filho de Hapu, que  lhe despertou vários conhecimentos sobre religiões, administração, filosofia, história, ciência, política e artes.
Em 1892 d.C, a cidade de Akhetaton começou a ser estudada pela arqueologia, através do egiptólogo e arqueólogo Sir Flinders Petrie quando sua equipe escavou a cidade de Akhetaton em Tell el-Amarna o foco da egiptologia ficou todo voltado para Amarna (antiga Akhetaton). Petrie  ficou maravilhado com  o  que seus  olhos  viam e seus sentimentos percebiam. Escavadores que faziam parte da expedição, afirmaram que ele ficou emocionado com a pureza daquele projeto divino e a grandeza do ideal de um grande faraó espiritualista. Uma  cidade com  murais pintados  e  gravados dentro de uma arte  inovadora  para  a  época. Descobriram-se belas peças  feitas  de  cerâmicas, estelas e estátuas dentro  de  uma  arte naturalista avançada diante  da  antiga arte egípcia estagnada. Certamente a  maior emoção foi  escavar o Grande Templo de  Aton e sentir a grandiosa  energia divina que  estava  debaixo da  areia que  o  encobria.
O respeitável doutor  em  egiptologia, arqueólogo e historiador James Henry Breasted,   Foi o primeiro norte americano a concluir o doutorado em egiptologia. Admirado por todos os egiptólogos da época, Breasted mostrou a sua profunda admiração por Akhenaton quando ele relatou que Akhenaton era “um homem impregnado de divindade” e seu espírito emanava uma aptidão e uma capacidade excepcional para receber as manifestações divinas.
O famoso egiptólogo e jornalista inglês Arthur Weigall que ficou famoso por cobrir jornalisticamente a abertura do túmulo do faraó Tutankhamon, sendo autor de várias obras que retratam o Egito antigo, considerou Akhenaton como um faraó espiritualista pelo qual Deus se revelou com profundo amor e bondade, excluído de intolerâncias e de paixões terrenas.
O doutor em egiptologia Christian Jacq nasceu em Paris e recebeu prêmios da academia francesa com a obra: O Egito dos Grandes Faraós.  Ele  se  mostrou  admirado pelo homem intelectual que foi Akhenaton  quando  afirmou: “Akhenaton foi um gênio da humanidade”.
A arqueologia investigou o faraó Akhenaton e vários egiptólogos constataram que o atonismo é a primeira religião monoteísta documentada pela história em linguagem escrita por farto material arqueológico. Foi adotada como a religião oficial no antigo Egito enquanto uma nação politicamente organizada dentro de um período  histórico. Durante os primeiros oito anos do governo de Akhenaton as falsas divindades já eram criticadas e desconsideradas pelo atonismo que já estava em implantação dentro de uma fase proto-monoteísta. O atonismo não pode ser considerado como um henoteísmo, visto que no nono ano do governo de Akhenaton, através de uma revolução religiosa, ele combateu e erradicou o politeísmo do Estado egípcio, ao afirmar que só existe um único Deus (Ntr, Deus em egípcio). Ele apresentou o atonismo como o primeiro monoteísmo estrito, universal e ético.
 O  Deus único apresentado pelo atonismo não é  limitado em uma imagem de pedra, carne ou metal. A essência do único Deus é espiritual, sendo dotado de uma inteligência suprema, vontade benevolente, perfeição absoluta, poder soberano e amor gerativo. A doutrina atonista apresenta o Deus único como o Ser superior benévolo e não  aceita a existência de um ser opositor poderosamente  malevolente. A maldade  é  uma  característica gerada pela imperfeição humana e pelas bas (almas) que não chegaram ao estado da perfeição.
No governo de Akhenaton o Egito se estendia a quase todo o Crescente Fértil e se desmembrou por causa das revoltas racionalmente não contidas por Akhenaton. Ele jamais aceitou a subjugação de um povo por outro.
Os grandes pacificadores que trouxeram mensagens de solidariedade e paz para a humanidade geralmente foram assassinados por oponentes, que desejavam a manutenção de sistemas religiosos e econômicos que favoreciam a continuação dos seus interesses. O que não foi diferente para Akhenaton que em 23.11.1336 a.C. termina sua missão de implantação do atonismo, sendo envenenado pelos sacerdotes amonistas.
O único Deus foi revelado pelo faraó Akhenaton que governou por 17 anos o antigo Egito, dentro dos princípios da verdade, do amor, da justiça misericordiosa e semeando a solidariedade e a igualdade entre os seres humanos. 

“Você está no meu coração, não há ninguém que o conhece, exceto seu filho Neferkeperura Uaenra…”
 (Grande hino a aton, escrito e oferecido por Ay ao faraó Akhenaton por  ocasião da inauguração da “Cidade celestial” de  Akhetaton, oportunidade em que  Ay recebeu colares de ouro de Akhenaton por seus serviços prestados ao Egito)



 4.5    MOISÉS  E O JUDAÍSMO

Fatos antecedentes ao reinado de Akhenaton no período que compreende a entrada e a saída dos hicsos do Delta do Nilo, descritos pelo historiador judeu Flávio Josefo (sec. I d.C) e pelo o historiador egípcio Maneton (sec. III a.C) que fizeram registros históricos sobre essa imigração dos hicsos para o antigo Egito a partir da XIII dinastia egípcia. Eles afirmaram que os hicsos eram reis pastores orientais. A palavra hicso vem do vocábulo egípcio heqa khasewet, que significa "governantes de países estrangeiros". Arquivos atonistas descrevem que os hicsos não eram um único povo, eram cananeus, hebreus, fenícios, sírios, árabes e amoritas que viviam em terras áridas e buscavam terras férteis para suas tribos que enfrentavam períodos de estiagens.  Os hebreus eram em maior quantidade, eles se infiltraram lentamente no Delta  do Nilo aproveitando um período de fragilidade do governo egípcio, quando ocorria  uma  crise política na XIII dinastia egípcia. Já na XVIII dinastia egípcia ocorreu a saída desses povos do Delta do Nilo, quando a cidade de Ávaris (capital hicsa) foi tomada pelo faraó Ahmósis em 1.570 a.C. Esse faraó com seu exército, após dominar os núbios, invadiu e tomou a principal concentração hicsa de Canaã e combateu com rigor vários cananeus e hebreus, eles eram povos hicsos que estavam nesta região e planejavam uma nova entrada no Egito pelo Delta do Nilo. O exército de Ahmosis saiu de Canaã, seguiu pelo Crescente Fértil em direção a Fenícia e a Síria e chegou até a cidade de Karkemish no  Rio Eufrates. Ahmosis mostrou a esses povos a supremacia das forças militares da XVIII dinastia egípcia, inibindo qualquer outra invasão ao território egípcio. Quando os hicsos foram  dominados pelos egípcios em suas próprias terras, eles se desuniram e terminaram como povos dissociados em várias áreas do oriente.

Os hicsos pacíficos miscigenados que constituíram famílias com os egípcios nativos, principalmente os hebreus, foram aceitos pelo entendimento magistral do faraó Ahmósis por entender que eles eram também egípcios. Eles permaneceram em Gosén no nordeste do Delta do Nilo, numa posição estratégica para uma possível saída dos mesmos para Canaã caso se fizesse necessário. Com o passar dos séculos, eles constituíram uma populosa classe nessa região de migrações e chegaram a disputar moradias, trabalho e alimentos com os egípcios nativos. Numa fase mais conflituosa no reinado do faraó Horemheb (1319 a.C. – 1292 a.C.), esses descendentes de hebreus, já traziam dificuldades econômicas e sociais para o Estado egípcio. Arquivos atonistas confirmam que para evitar uma possível revolução e o caos social dentro do Delta do Nilo, o faraó Horemheb decidiu regular a vida desses povos miscigenados. Eles podiam ter suas moradias próprias e famílias livres, contudo eles ficavam a disposição para o trabalho nas grandes construções egípcias, porém com baixa remuneração, dessa forma não ficaram em regime de escravidão. Esse período aconteceu durante quatro gerações de faraós que foram: Horemheb, Ramsés I, Seti I e Ramsés II, até que eles decidissem emigrar, por livre vontade, para a terra de Canaã conduzidos por um grande líder conhecido como Moisés.

O livro de Êxodo do antigo testamento bíblico demonstra uma cronologia do período da existência do grande líder Moisés, conforme os dados bíblicos ele viveu ao tempo das construções das cidades celeiros de Pitom e Ramsés (Ex 1:11),  no Antigo Egito. Segundo a cronologia histórica esse período compreende a transição entre os faraós Seti I (1290 a 1279 a.C.) e Ramsés II (1279 a 1213 a.C.).  Várias pesquisas religiosas e registros espiritualistas confirmam que o faraó Ramsés II (O grande) foi contemporâneo do líder religioso Moisés. Moisés foi o fundador e organizador do judaísmo pelo fato de ser o autor dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento (Torá), a base doutrinaria da religião judaica. Essa cronologia indica  que o faraó Akhenaton viveu aproximadamente um século antes da construção dessas cidades erguidas pelo faraó Ramsés II.


4.6       O PAPIRO NETER: O REGISTRO SAGRADO DO ATONISMO




Entre os documentos esotéricos (ssta, secreto em egípcio) do Grande Templo de Aton, nenhum descreveu com total fidedignidade a doutrina religiosa atonista como o Papiro Neter. Esta escritura religiosa milenar e akáshica apresenta-se numa linguagem remota, afirmativa e foi reservada aos poucos sacerdotes dos templos atonistas. Sua limitação ao meio esotérico ocorreu devido a grande perseguição realizada pelos sacerdotes das antigas religiões politeístas egípcias, do faraó Horemheb e de todos os faraós ramessíadas  na fase pós-Akhenaton e ainda por alguns livres pensadores na idade contemporânea.

Atualmente, perante leis internacionais de proteção a livre expressão dos credos religiosos, a religião atonista sai do meio esotérico e se reapresenta também em rede de comunicação virtual, descrevendo os primeiros registros escritos monoteístas sobre a natureza divina, a origem do nosso universo, o caminho para se atingir com brevidade a perfeição (iluminação) que é condição fundamental para se habitar o mundo do único Deus.
O atonismo se considera como um caminho, como muitos outros, que através de seus conhecimentos colocados em prática, desenvolvem na humanidade o amor fraterno, a paz mundial e a sabedoria espiritual, que são bases para que possamos habitar o mundo espiritual do único Deus (Pt).